Exclusivo

Fisga

A IA e o desafio da produtividade — uma fronteira ainda desconhecida, um ensaio de Nuno Jardim Nunes

Os modelos de linguagem desafiam o binário humano/máquina e tornam cada vez mais concreta a fronteira tecnológica irregular. Saber navegar esta fronteira é mais importante do que assumir que, por fascínio ou interesse especulativo, tudo será diferente por causa de um papagaio estocástico

Limites “Minerva e o Centauro”, de Sandro Botticelli (c. 1483). Têmpera sobre tela, 207 x 148 cm. Florença, Galleria degli Uffizi. Quando o centauro passou dos seus limites invadindo o território civilizado, a deusa entrou em ação para restituir a ordem
D.R.

Os modelos de linguagem de grande escala, conhecidos pela sigla em inglês LLM, têm sido alvo tanto de elevadas expectativas como de preocupações. Emergem apreensões de que estes sistemas possam escapar ao controlo humano e desenvolver comportamentos autónomos, intencionais ou até consciência. Estes receios, profundamente enraizados na cultura, do cinema à literatura, estão associados à ansiedade de que uma inteligência artificial geral (AGI) possa superar a capacidade e o controlo humanos.