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Está de volta o investigador que anunciou a criação dos primeiros bebés geneticamente modificados

Investigador controverso, He Jiankui chocou a comunidade científica internacional ao anunciar a criação dos primeiros bebés geneticamente modificados. Filho de agricultores, cedo se destacaria nos domínios da Física e da Biologia, recorrendo à técnica de manipulação genética. Esteve preso e agora retoma a investigação sobre a edição do genoma em embriões humanos.

Anthony Wallace/AFP via Getty Images
1984

Família de agricultores

Nasce no condado de Xinhua, em Loudi, na província chinesa de Hunan. Filho de dois agricultores, cresce numa família pobre. Desde o liceu que é obcecado por Física, tendo em casa um pequeno laboratório improvisado.


2002

Da Física à Biologia

É admitido com distinção na Universidade de Ciência e Tecnologia da China, licenciando-se em Física quatro anos depois. Em 2007 entra na Universidade Rice, no Texas, Estados Unidos, onde inicia o doutoramento em Biofísica.


2010

Reescrever o ADN

Depois de concluir o doutoramento no Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Rice, começa a trabalhar como pós-doutorado na Universidade de Stanford, onde utiliza a técnica CRISPR/Cas, que permite realizar modificações genéticas nas cadeias de ADN.


2012

Regresso à China

Regressa ao país natal e cria o seu laboratório na Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China. Funda a Direct Genetics e, em 2016, cria a Vienomics Biotech, que disponibiliza serviços de sequenciação de ADN para pessoas com cancro.


2018

Bebés geneticamente modificados

Anuncia a criação dos primeiros bebés geneticamente modificados, o que gera condenação na comunidade científica. Filhas de pais com o vírus da SIDA, as gémeas Lulu e Nana deverão ser capazes de resistir a uma eventual infeção por HIV.


2019

Três anos de prisão

É detido pelas autoridades chinesas e despedido da SUSTech, vendendo a participação na Direct Genomics. No final do ano, é condenado a três anos de prisão e a pagar uma multa de três milhões de yuan (€390 mil) pelas autoridades, que consideram que o projeto fora realizado ilegalmente para obter fama e ganhos financeiros.


2022

Liberdade

Quando sai da prisão, funda três laboratórios na China, incluindo em Pequim e em Wuhan, para se dedicar à investigação sobre o impacto da terapia genética nas doenças raras, como a distrofia muscular de Duchenne ou a doença de Alzheimer geneticamente determinada.


2024

Regresso ao futuro

Retoma a investigação sobre a edição do genoma em embriões humanos para tratar doenças genéticas raras, mas anuncia que utilizará embriões “descartados”, respeitando as normas nacionais e internacionais.