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Fisga

Maria Mendes

Quis ser cantora lírica antes de o bichinho do jazz a picar. E foi aluna aplicada antes de começar a improvisar. Nascida no Porto, estudou na ESMAE e voou para Roterdão, de onde não saiu. Gravou quatro discos e venceu vários prémios, entre os quais o prestigiado Edison. Duas nomeações para os Grammys, com versões de fados de Amália, adoçam-lhe o currículo. Não ganhou a estatueta, mas sim o gosto — e a fama.

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1985

De pequenino...

Nasce na cidade do Porto, a 28 de junho. Aos três anos comunica solenemente aos pais que quer ser cantora de ópera. Os pais acham graça, claro.





1997

...é que se escolhe

Aos 12 anos, ainda a sonhar ser cantora lírica, ingressa na Academia de Música de Vilar do Paraíso. É uma aluna “disciplinada e aplicada”, segundo diz. Transita para o Conservatório de Música de Gaia, onde conclui o curso complementar.


2000

Let it jazz

Após dez anos a estudar canto clássico, participa em tertúlias onde interpreta dois standards de jazz, ‘My Romance’ e ‘Over the Rainbow’. A experiência “indescritível” deixa uma semente que ela aprofunda ouvindo os discos de Frank Sinatra, Duke Ellington e Nat King Cole perdidos em casa.


2002

A decisão

Aos 17 conta aos pais a sua mudança de planos: em vez de cantora lírica quer dedicar-se ao jazz. Passa um ano sabático a ter lições com Fátima Serro e ingressa na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), do Porto.


2007

A mudança

Inicia em Roterdão um mestrado em canto jazz na Codarts, que acaba dois anos depois. Com bolsas de estudo, viaja para Nova Iorque e Rio de Janeiro, a fim de recolher material para a sua tese sobre a improvisação como conceito inovador na bossa nova.


2010

Os prémios

Depois de ganhar o Nederland Jazz Vocalisten Concours um ano antes — que lhe vale a escolha como melhor jovem cantora de jazz dos Países Baixos —, obtém o 3º lugar na Montreux Jazz Voice Competition. Com a carreira internacional lançada, compreende que “não faz sentido voltar para Portugal”. Em 2012, grava o primeiro álbum, “Along the Road”.


2020

O Edison

O seu terceiro álbum, “Close to Me”, vence o prestigiado 2020 Edison Jazz Award para Melhor disco de jazz vocal. Um ano mais tarde é nomeada pela primeira vez para os Grammys com a sua versão da canção ‘Asas Fechadas’ (de Amália Rodrigues).


2024

Segunda nomeação

Pela segunda vez, integra a lista de possíveis vencedores de um Grammy na categoria de Melhor Arranjo, Instrumentos e Voz, desta feita com o tema ‘Com que Voz’, que faz parte do disco ao vivo “Saudade, Colour of Love”, de 2022.