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A Revista do Expresso

As passwords mais usadas em Portugal (e porque é que já há serviços que proíbem a password “benfica”)

Dependemos delas todos os dias, mas quais as passwords mais usadas em Portugal (e no mundo), e quais as mais perigosas? Os dados e números de um mundo que pode valer muitos milhões

Cristiano Salgado

Qualquer veterano da cibersegurança confirma que as semelhanças entre uma peça de roupa interior e uma password estão longe da mera coincidência. Ambas têm de ser mudadas com frequência, nunca se emprestam e só devem ser reveladas na plenitude no momento adequado. Como avanço civilizacional, é inegável, mas continua a ficar pela metade. Dados da Cybercrime Analytics revelam que, em 2022, foram descobertas 721 milhões de passwords usurpadas na internet. Na Nord Security, as estatísticas revelam que 50% a 80% das intrusões e fugas de dados se devem à facilidade com que se descobrem com quantos caracteres se faz uma senha. Os dados levam a crer que ainda não é o momento de soutiens e cuecas com password. Em contrapartida, o cibercrime segue de vento em popa.

“O desvio de credenciais é uma das principais ciberameaças. Muitas passwords que são quebradas dão acesso a vários serviços do mesmo utilizador”, responde Karolis Arbačiauskas, diretor de negócios da NordPass, marca de gestão de passwords da Nord Security. “A cultura popular e o desporto influenciam a forma como as pessoas criam passwords. Recentemente, vimos surgirem várias inspiradas nos filmes da ‘Barbie’ e do ‘Oppenheimer’. Ambos os casos são fáceis de adivinhar pelos cibercriminosos”, acrescenta o especialista.