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A Revista do Expresso

Ensaio sobre o provincianismo: vivesse onde vivesse, um português ia a Lisboa como quem vai a um lugar no fundo de si mesmo

O que une e separa uma “figura importante” de um bairro fixe de Lisboa do esforço de uma pequena cidade atlântica para se reclamar a centímetros do centro das atenções? Eis um ensaio sobre o provincianismo, desde o seu conceito clássico aos seus novos significados. Portugal volta a falar de regionalização – talvez valha a pena começarmos por um estudo de caso

LISBOA Roupa estendida no Bairro Alto, onde o autor viveu metade da sua vida

Joel Neto

Há uns anos, pouco depois de publicar um romance chamado “Meridiano 28”, dei uma longa volta pelo país a falar dele aos leitores. Era uma história passada na Horta dos anos 40, cidade onde, extraordinariamente, ingleses e alemães tinham permanecido em paz até quase ao final da guerra — incluindo os mais escaldantes momentos da Batalha do Atlântico —, e o título devia quanto baste à ideia nemesiana, aliás em parte bebida em Raúl Brandão, segundo a qual “para nós”, açorianos, a geografia “vale outro tanto como a história.”

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