O céu é azul, algures acima do arco-íris. E nesse lugar realizam-se mesmo os sonhos que nos atrevemos a sonhar. Mas se os passarinhos voam acima do arco-íris, porque raio não posso eu voar? Talvez nos lembremos do olhar de Judy Garland perdido no céu, enquanto canta sobre esta questão existencial. A música é ‘Somewhere Over the Rainbow’ e nessa cena do filme “O Feiticeiro de Oz” há a voz de um violino especial, tanto pela biografia como pela sonoridade. Claro que para o som de um violino parecer magia, é importante a qualidade da madeira. E a fórmula secreta do verniz. E o cavalete. E as cordas. E o estado de conservação. E as proporções perfeitas dadas pelo mestre luthier. Quase sempre, o mais importante num instrumento é a música que com ele podemos fazer, se formos músicos virtuosos. E depois há aquelas exceções que confirmam a regra. São mesmo raridades e é claro que garantem um som incrível se estiverem nas mãos dos concertistas certos, mas valem também pela História que carregam dentro.
A biografia deste violino (na imagem) começou quando foi criado em Itália por Antonio Stradivari, por volta do ano da graça de 1714. São mais de três séculos de vida, que passam agora por um momento com tudo para rebentar recordes, quando for leiloado a 9 de junho pela leiloeira online Tarisio, especializada em instrumentos musicais. Com a aproximação desse dia, o violino tem estado a ser exposto nos Estados Unidos, na Europa, na China e no Japão. E se tudo correr como previsto pela leiloeira, a venda andará pelos €20 milhões, com a passagem por Hollywood a poder contribuir para a valorização.