A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, foi informada em junho de 2021 do projeto de expansão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para o Brasil e dos custos dessa aposta, segundo revela esta segunda-feira o jornal “Público”.
O jornal cita um e-mail do então provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, enviado a Ana Mendes Godinho, em que o provedor explicava a estratégia de internacionalização por via da Santa Casa Global, incluindo um investimento de 14,56 milhões de euros na compra da empresa SCE.
De acordo com a mesma fonte, Edmundo Martinho também informou Ana Mendes Godinho da necessidade de dotar a empresa com 30 milhões de euros.
“É legítimo que se queira mudar agora de opinião em relação ao investimento que se aprovou, mas não é legítimo que se queira passar uma esponja nas responsabilidades de cada um. Está tudo nas atas da SCML”, afirmou Edmundo Martinho ao “Público”.
Ouvida no Parlamento em setembro deste ano, Ana Mendes Godinho referiu que não lhe foi “pedida autorização para outra intervenção ou para outra operação de investimento que não fosse esta autorização para a constituição inicial da sociedade”. De acordo com o “Público”, o Governo validou pelo menos até 2021 as contas da Santa Casa.
Está em curso uma auditoria, pedido pelo Governo, ao processo de internacionalização da SCML, que aponta para custos da ordem dos 50 milhões de euros.