Revista de imprensa

Finanças mudam regras do apoio ao arrendamento para evitar disparo na despesa

Um despacho interno das Finanças muda as regras de cálculo do apoio ao arrendamento, que passam a abranger rendimentos não considerados matéria coletável, reduzindo o volume de prestações a pagar e excluíndo famílias do apoio, avança o Dinheiro Vivo

Taxa de esforço superior a 35% pode dar apoio à renda
João Carlos Santos

O Ministério das Finanças, através de um despacho interno, mudou os critérios do apoio ao arrendamento, uma alteração que reduz o universo dos inquilinos elegíveis ao apoio e reduz o montante a ser pago mensalmente.

De acordo com o Dinheiro Vivo (DV), o despacho datado de 1 de junho e assinado pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix, muda os critérios de cálculo da taxa de esforço do apoio ao arrendamento, passando a considerar o rendimento bruto e rendimentos sujeitos a taxas especiais, como mais-valias e pensões de alimentos, para a base de cálculo.

O estipulado no despacho poderá contrariar o definido no decreto-lei, que estipula o rendimento coletável como a referência para a determinação deste apoio. O objetivo é evitar que a despesa com este apoio, inicialmente estimada nos 240 milhões de euros, escalasse para os mil milhões, avança o DV.

Em nota remetida na terça-feira ao Expresso pelos ministérios das Finanças, Habitação, e Trabalho e Segurança Social, o Governo justifica a alteração na base de cálculo com a necessidade de “assegurar um tratamento equitativo dos diferentes tipos de rendimento”, estipulando como base o “rendimento coletável, ao qual acrescem: a correspondente dedução especifica, os rendimentos considerados para a determinação da taxa geral do IRS aplicável, e os rendimentos considerados para a aplicação das taxas especiais.”

O apoio ao arrendamento é atribuído automaticamente a todos os agregados que ultrapassem a taxa de esforço de 35% e com rendimentos até ao 6.º escalão de IRS; e paga a diferença entre a taxa de esforço e o valor da renda, num máximo de 200 euros mensais.