Revista de imprensa

Mário Nogueira admite “pensar no futuro” e afastar-se do PCP

Questionado sobre se está a pensar desfiliar-se do PCP, o líder da Fenprof comenta que ainda não teve “tempo para pensar nisso”, mas também não descarta essa possibilidade, em declarações ao “Público”, esta quarta-feira

PAULO NOVAIS

Se Mário Nogueira, líder da Federação Nacional de Professores (Fenprof), ficou revoltado com o recuo do PSD e CDS no apoio à recuperação do tempo integral de serviço dos professores, o desvio de PCP e BE deixou-o ainda mais magoado. Em declarações ao “Público” esta quarta-feira, o sindicalista assume mesmo que vai ponderar o seu futuro como militante comunista.

Na segunda-feira, recorde-se, o PCP anunciou que vai contribuir para deitar por terra a contagem integral do tempo de serviço dos professores. “Poderia ter havido uma maior consideração pelos professores e isso põe-nos a pensar”, disse Nogueira, logo no início da semana.

Questionado pelo matutino se está a pensar desfiliar-se do PCP devido à posição agora assumida por este partido, o líder da Fenprof comentou que ainda não teve “tempo para pensar nisso”, mas também não descartou esta possibilidade.

“Quando se aceita estar numa vida mais pública, consegue-se muitas vezes viver com os insultos e ataques que muitas vezes vêm de onde já se espera. Não é isso que mata. O que mói é quando vêm de pessoas mais próximas, como o meu camarada Carlos Carvalhas, e isso põe-nos a pensar sobre o futuro”, disse Nogueira.

Na terça-feira, o antigo secretário-geral do PCP Carlos Carvalhas disse que só entende o apelo aos partidos de esquerda feito por Nogueira na véspera “pelo desespero”. “A certa altura, as pessoas agarram-se a qualquer coisa”, afirmou, em declarações à TSF.