Revista de imprensa

Augusto M. Seabra pede a demissão do secretário de Estado da Cultura

Foi também o sociólogo Augusto M. Seabra que o ex-ministro da Cultura do Governo de António Costa, João Soares, ameaçou de violência física – “umas bofetadas” – nas redes sociais, há dois anos, situação que acabou por levar à sua resignação do cargo

João Paulo Rebelo, Miguel Honrado e Luís Castro Mendes na tomada de posse em abril de 2016, no Palácio de Belém
Nuno Botelho

Miguel Honrado, secretário de Estado da Cultura, não tem condições para continuar no cargo, diz Augusto M. Seabra, sociólogo e crítico português, num texto de opinião publicado no “Público” esta quarta-feira. “Não só está desautorizado como criou uma tal crispação no sector que torna impraticável o diálogo com as estruturas culturais”, defende.

“Os atrasos são constantes, a DGArtes é pura e simplesmente inoperacional, numa situação de emergência o novo regulamento de apoio às artes demorou quase ano e meio (!) para ser elaborado e é de uma total incompetência, o outro regulamento de apoio, ao cinema, suscitou uma situação incendiária, os tão propalados contratos-programa com os teatros nacionais e a CNB continuam a ser “ultimados” (há meses que andam a ser “ultimados” sem serem assinados), do reforço administrativo da Cinemateca, prometido ainda em 2016 na Comissão Parlamentar de Cultura como uma das prioridades para 2017, não há quaisquer novas…”, aponta o sociólogo.

Segundo o sociólogo, o estado de catástrofe é de tal ordem que o primeiro-ministro já teve de vir a público” anunciar um aumento de 1,5 milhões no apoio às artes, já depois de o ministro da Cultura ter prometido no Parlamento a abertura de uma linha de crédito”.

Esta situação terá o deixado o secretário de Estado da Cultura desautorizado. “Agora é de novo directamente com António Costa que estruturas e agentes pedem para falar, isto depois de ter sido ele a anunciar o reforço das verbas de apoio, tal como foi ele que suscitou a conferência de imprensa desta terça-feira de Miguel Honrado. É caso para perguntar se, nesta sucessão de emergências, teve o primeiro-ministro de chamar a si a tutela directa. Mas afinal ainda há SEC ou só um simulacro?”, atira Augusto M. Seabra.

Lembremos que foi também o colunista do Público Augusto M. Seabra que o ex-ministro da Cultura do Governo de António Costa, João Soares, ameaçou de violência física - “umas bofetadas” - nas redes sociais, situação que acabou por levar à sua resignação do cargo.