Cinco zonas de arriba ou falésia estão em risco de erosão e derrocada no distrito de Setúbal, segundo o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional (MAOTDR).
De acordo com o ministério, a zona entre a Praia do Salto e a Praia da Ilha do Pessegueiro, as arribas da Praia da Galé Fontaínhas, a Serra da Azóia, a zona do porto de Sesimbra e o troço da Serra da Arrábida entre o Outão e o Portinho da Arrábida são as áreas em risco.
Na sequência da derrocada de parte de uma arriba da Praia Maria Luísa, em Albufeira, que matou cinco pessoas em Agosto, o MAOTDR divulgou um levantamento das arribas e falésias em risco de derrocada em todo o país.
Na área do distrito abrangida pelo Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Sines-Burgau, está identificada como sendo de risco a zona entre a Praia do Salto e a Praia da Ilha do Pessegueiro, em Sines, em particular na zona de Porto Covo e Praia do Burrinho.
A Praia da Ilha do Pessegueiro já foi alvo de uma intervenção de defesa costeira, que consistiu em trabalhos de consolidação da arriba e do Forte do Pessegueiro, no âmbito de uma candidatura ao Programa Operacional do Ambiente, um projecto implementado em conjunto pelo Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) e pela Câmara de Sines.
Já na área do POOC Sado-Sines, foi colocada uma vedação ao longo do topo da arriba da Praia da Galé Fontaínhas. Apesar destas arribas estarem identificadas como sendo de baixo risco de erosão, esta medida foi tomada por se tratar de "uma zona sujeita a alguma pressão humana", devido ao parque de campismo que ali se situa.
Estão ainda previstas "acções adicionais que visam a minimização da erosão destas arribas". A Serra da Azóia (na área a poente da vila de Sesimbra), a zona do porto de Sesimbra e o troço da Serra da Arrábida entre o Outão e o Portinho da Arrábida são as zonas de risco identificadas no âmbito do POOC Sintra-Sado.
Depois do incêndio que, em 2004, fustigou uma vasta área da Serra da Arrábida, fragilizando ainda mais as arribas, estas foram alvo de trabalhos de protecção ao longo da estrada entre o Portinho da Arrábida e o Outão.
Além destas intervenções, a alimentação artificial de praias, como a que está a decorrer pelo terceiro ano consecutivo na Costa de Caparica e São João da Caparica, também "contribui para a redução do impacto da acção do mar na base das falésias", acrescenta o MAOTDR.