Depois de dois anos de pandemia, 2022/2023 também não foi um período fácil para as escolas. No início do ano letivo, várias sentiram já os efeitos da dificuldade de recrutamento de professores para algumas disciplinas. E a partir de dezembro, um descontentamento antes adormecido pela emergência sanitária em que o mundo tinha mergulhado despertou e foi crescendo entre os docentes, traduzindo-se em protestos que se prolongaram até hoje. Os rankings agora divulgados, no entanto, não refletem o trabalho dos alunos este ano letivo, já que se baseiam nas notas obtidas em 2021/2022. E integram ainda vestígios das adaptações ditadas pela pandemia: os exames do Secundário então realizados apenas contaram para efeitos de acesso ao ensino superior (não tiveram efeitos na conclusão do secundário) e as provas nacionais do 9.º ano foram retomadas, mas também não contaram para a classificação de Português e Matemática.
Circunstâncias à parte, as listas publicadas todos os anos pelos órgãos de comunicação social, a partir das bases de dados disponibilizadas pelo Ministério da Educação, evidenciam algo de muito mais estável: a persistência das desigualdades dentro dos muros da escola.