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Ranking das Escolas 2022

Ranking das escolas: uma lista feita de notas e de desigualdades

No ano letivo de 2021/2022, as escolas tentaram recuperar a normalidade. Ainda assim, os exames do 12º ainda serviram só para acesso ao Superior e os do 9º não contaram para nota. Por trás das classificações estão histórias de sucesso e superação, mas também de desigualdades que persistem dentro dos muros da escola

Rui Oliveira

Depois de dois anos de pandemia, 2022/2023 também não foi um período fácil para as escolas. No início do ano letivo, várias sentiram já os efeitos da dificuldade de recrutamento de professores para algumas disciplinas. E a partir de dezembro, um descontentamento antes adormecido pela emergência sanitária em que o mundo tinha mergulhado despertou e foi crescendo entre os docentes, traduzindo-se em protestos que se prolongaram até hoje. Os rankings agora divulgados, no entanto, não refletem o trabalho dos alunos este ano letivo, já que se baseiam nas notas obtidas em 2021/2022. E integram ainda vestígios das adaptações ditadas pela pandemia: os exames do Secundário então realizados apenas contaram para efeitos de acesso ao ensino superior (não tiveram efeitos na conclusão do secundário) e as provas nacionais do 9.º ano foram retomadas, mas também não contaram para a classificação de Português e Matemática.

Circunstâncias à parte, as listas publicadas todos os anos pelos órgãos de comunicação social, a partir das bases de dados disponibilizadas pelo Ministério da Educação, evidenciam algo de muito mais estável: a persistência das desigualdades dentro dos muros da escola.