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Universidade do Algarve usa alfarroba para produzir bioetanol

Projeto utiliza um processo de fermentação para converter polpa de allfarroba no biocombustível, cuja inserção no mercado será obrigatória até 2020.

Tiago Oliveira (www.expresso.pt)

A Universidade do Algarve desenvolveu uma tecnologia capaz de converter um dos produtos agrícolas mais típicos da região - a alfarroba - em bioetanol (conhecido coloquialmente como álcool etílico) de segunda geração. Desenvolvido no âmbito da iniciativa "Alfaetílico", o método consiste na utilização de um processo de fermentação para extrair energia da polpa de alfarroba e utilizá-la para a produção deste biocombustível.

Em declarações à "Lusa", a coordenadora do projeto, Emília Costa, destaca a valia da polpa de alforroba neste processo, uma vez que é barata, muito rica em açúcares e extraída com poucos gastos de energia. Por outro lado, afirma que assim "se evita recorrer a cereais, que são bens alimentares", como geralmente acontece nos EUA ou no Brasil.

Contudo, a investigadora realça que "teríamos de duplicar ou triplicar a produção de alfarroba para alimentar uma biorrefinaria", dado que a produção nacional deste produto não chega para satisfazer a procura do biocombustível, pelo que teriam de ser usados outros materiais como os citrinos.

Pensado para ser utilizado em combinação com a gasolina, o bioetanol permitiria diminuir a dependência dos combustíveis fósseis. Uma diretiva da Comissão Europeia estipula que o biocombustível terá que estar disponível no mercado até 2020, apesar de Portugal ainda não ter nenhuma unidade de produção.