A Universidade do Algarve desenvolveu uma tecnologia capaz de converter um dos produtos agrícolas mais típicos da região - a alfarroba - em bioetanol (conhecido coloquialmente como álcool etílico) de segunda geração. Desenvolvido no âmbito da iniciativa "Alfaetílico", o método consiste na utilização de um processo de fermentação para extrair energia da polpa de alfarroba e utilizá-la para a produção deste biocombustível.
Em declarações à "Lusa", a coordenadora do projeto, Emília Costa, destaca a valia da polpa de alforroba neste processo, uma vez que é barata, muito rica em açúcares e extraída com poucos gastos de energia. Por outro lado, afirma que assim "se evita recorrer a cereais, que são bens alimentares", como geralmente acontece nos EUA ou no Brasil.
Contudo, a investigadora realça que "teríamos de duplicar ou triplicar a produção de alfarroba para alimentar uma biorrefinaria", dado que a produção nacional deste produto não chega para satisfazer a procura do biocombustível, pelo que teriam de ser usados outros materiais como os citrinos.
Pensado para ser utilizado em combinação com a gasolina, o bioetanol permitiria diminuir a dependência dos combustíveis fósseis. Uma diretiva da Comissão Europeia estipula que o biocombustível terá que estar disponível no mercado até 2020, apesar de Portugal ainda não ter nenhuma unidade de produção.