No primeiro ano da faculdade, tive conhecimento da competição de casos de estudo T.I.M.E.S. (Tournament in Management and Engineering Skills), organizado pelo Núcleo de Estudantes de Engenharia e Gestão Industrial do IST. Este evento acontece no contexto da organização europeia de estudantes de Engenharia e Gestão Industrial, a ESTIEM.
O T.I.M.E.S. funciona da seguinte forma: durante a manhã, equipas de 3 ou 4 alunos de EGI recebem um caso de estudo que devem ler e analisar. De seguida, devem preparar uma apresentação que consiste numa proposta de resolução para o caso em questão, sem recorrer a qualquer tipo de bibliografia ou à Internet: ou seja, os casos são resolvidos recorrendo apenas ao conhecimento e às capacidades que as equipas "trazem" consigo. Tipicamente, estes casos retratam problemas de empresas ou organizações nas áreas da logística, da produção, do marketing, das finanças, entre outros tópicos. À tarde, as equipas apresentam as suas conclusões a um painel de jurados que questiona os alunos e, posteriormente, avalia a prestação global do grupo. No final, é apresentada a equipa vencedora de acordo com os parâmetros estabelecidos (solução apresentada, forma de apresentação, qualidade das respostas às questões do júri, entre outros).
A competição está organizada em três fases: qualificações locais (organizadas nas mais de 70 universidades europeias pertencentes à ESTIEM), semifinais (8 ao todo, espalhadas por toda a Europa: nestas participam as equipas vencedoras de cada qualificação local) e a final (na qual participam as equipas vencedoras de cada semifinal), onde a equipa que vence é "contemplada" com o título de "Estudantes de EGI do ano". Pessoalmente, penso que este torneio é uma excelente oportunidade para qualquer aluno de Engenharia e Gestão Industrial, uma vez que, ainda que em formato "amostra", representa muito daquilo que é o papel dos Engenheiros: debater, discutir e apresentar soluções para os problemas das empresas e outras organizações.
Desde o primeiro ano que participei nesta competição, e nas três diferentes edições tive oportunidade de aprender, refletir e tirar conclusões destas experiências. No primeiro e no segundo ano, fiquei espantado com a qualidade da apresentação de algumas das equipas (nomeadamente dos alunos de mestrado), tendo sido mais uma motivação para achar que tinha escolhido o curso certo e que me deveria aplicar para atingir níveis semelhantes aos que havia assistido. Fruto da experiência ganha ao longo dos últimos dois anos, a equipa em que participei este ano atingiu o primeiro lugar na edição de 2014, e vamos agora representar a nossa faculdade na semifinal de Istanbul, na Turquia.
Mais do que a competição em si, considero que este evento é uma oportunidade de fazer três coisas: permite fazer uma autoavaliação, na medida em que o grupo é confrontado com limites de tempo (o que implica algum stress) para pôr à prova as capacidades que tem vindo a ganhar; é uma boa oportunidade de receber feedback de um painel de jurados experientes, que podem ajudar a equipa a progredir em futuras edições; por fim, a possibilidade de aprender com as outras equipas é também relevante para a melhoria contínua das prestações de todos os participantes.