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Marcelo avisa que pode ser "melhor" ouvir Tribunal Constitucional sobre alterações à nacionalidade e imigração

Presidente da República espera por versões finais aprovadas no Parlamento para decidir, mas para já admite que possa haver "matérias que, provavelmente, não são patentemente constitucionais"

Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa
LUÍSA NHANTUMBO/LUSA

O Presidente da República, que já tinha pedido talento nas decisões sobre imigração, prometeu esta quarta-feira estar atento à constitucionalidade das propostas de lei apresentadas pelo Governo, afirmando que aguardará a versão final aprovada pelo parlamento, sem se referir a nenhuma matéria em concreto.

Em declarações aos jornalistas, na Cidadela de Cascais, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que já deram entrada no parlamento quatro propostas de lei, relacionadas com a lei da nacionalidade, com o regime de entrada e permanência de estrangeiros, com a criação de uma unidade de fronteiras na PSP e com o IRS -- matéria que separou, considerando que exige urgência - que correspondem a prioridades do Governo PSD/CDS-PP.

Sem se referir a nenhuma proposta em concreto, afirmou que "espera para ver o que é que o parlamento decide" e que "a primeira coisa" que irá fazer quando receber os decretos é analisar se "há alguma dúvida de constitucionalidade ou não".

O chefe de Estado admitiu que possa haver "matérias que, provavelmente, não são patentemente constitucionais", mas em relação às quais "é melhor o Tribunal Constitucional pronunciar-se uma vez por todas, porque, se não, cada tribunal pode ter uma interpretação diferente". "Se for assim, manda para o Tribunal Constitucional. Se entender que não, não há esse risco, não há essa dúvida, não há esse problema, não manda, e promulga", acrescentou. 

Relativamente à proposta de lei sobre o IRS, o chefe de Estado considerou que "é muito importante promulgar mais depressa" essas alterações, para "os portugueses verem refletidos nos seus bolsos, imediatamente" a redução das taxas.