O solitário Presidente da República, que entrou sozinho em Belém, que nunca se mostrou com a família enquanto Chefe de Estado, e que nunca se apresentou com primeira-dama, pode ter ultrapassado as linhas vermelhas que estabeleceu para si próprio com o seguimento dado ao email do seu filho - “dr. Nuno Rebelo de Sousa” -, no polémico caso das gémeas luso-brasileiras tratadas com um dos medicamentos mais caros do mundo. Marcelo Rebelo de Sousa diz ter sido “neutral”. Mas a sua própria história pode ajudar a perceber onde falhou no início e, como no fim, terá regressado à sua posição original.
Tudo começou aqui: Marcelo tinha apenas seis anos quando começou a moldar a doutrina Rebelo de Sousa para a separação entre o poder e a família, durante o exercício de cargos públicos. Foi numa manhã de agosto de 1955, em que subiu à tribuna de honra de uma prova de hipismo, em Cascais, pela mão do seu pai, então subsecretário de Estado da Educação de Salazar. Com o “Célinho” de calções levado pela mão, Baltazar Rebelo de Sousa foi recebido pelo Presidente da República Craveiro Lopes nestes termos: