A imagem do Presidente da República a falar para uma plateia de ‘laranjinhas’ num palanque com fundo cor de laranja, cheio de setas do PSD, apareceu nas televisões como uma remissão para um passado mais ou menos longínquo, mas simultaneamente ficará como selo da rentrée num ano político a que o próprio Marcelo Rebelo de Sousa já chamou de “decisivo”.
E decisivo porquê? Porque haverá eleições europeias a meio da legislatura; porque, sendo normal que quem governa sofra cartões amarelos em eleições intercalares, isso significa que o líder do PSD ou grita vitória ou fica em apuros; porque, se Luís Montenegro ficar em apuros, pode vir aí Pedro Passos Coelho, e porque, se Pedro Passos Coelho voltar ao partido, o jogo para as presidenciais de 2026 ficará mais claro (tema que esta semana abanou a direita, após Luís Marques Mendes se apresentar como primeiro a saltar para o ringue), e tudo isso, inevitavelmente, atiçará o combate direita/esquerda.