Depois de quatro horas e meia de reunião, o Conselho de Estado terminou com um comunicado de tal forma lacónico (e sem qualquer tipo de conclusão) que deixava antever que algo não tinha corrido como mandava o guião. Marcelo Rebelo de Sousa tinha convocado os conselheiros de Estado, em finais de maio, para fazer um “ponto da situação” político, económico e social do país, mas a reunião acabou sem que o Presidente da República sequer falasse aos conselheiros.
O Conselho de Estado acabou por ser apenas uma primeira parte, com Marcelo Rebelo de Sousa a deixar pré-agendado um segundo round para setembro, depois das férias. Tudo porque o primeiro-ministro tinha o tempo contado e um avião para apanhar. Motivo: o mundial de futebol feminio, na Nova Zelândia.
Nem Marcelo falou no fim, nem António Costa respondeu às críticas dos conselheiros. “Retomamos o debate em setembro”, terá dito o PR já perto das 20h, deixando os conselheiros com a expectativa de que, por altura da rentrée, Marcelo tentará voltar à carga.
Desta vez, e ao contrário do que tinha pré-anunciado, o Presidente nem falou do caso TAP. E eventuais cenários de crise política ou de avaliação da durabilidade da legislatura também ficaram fora do radar dos conselheiros.