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Conselho de Estado: Marcelo marca segundo round para setembro (Costa foi apanhar o avião)

Primeiro-ministro avisou que tinha limitações de tempo e Marcelo interrompeu a reunião, pré-agendando novo encontro para setembro. Cavaco e Cadilhe foram muito críticos do estado ‘cor de rosa’ da economia, Mendes, Xavier e Balsemão apontaram ao Governo e Carlos César defendeu a maioria, com um post-it: por ele já tinham saido mais membros do Governo.

NUNO FOX

Depois de quatro horas e meia de reunião, o Conselho de Estado terminou com um comunicado de tal forma lacónico (e sem qualquer tipo de conclusão) que deixava antever que algo não tinha corrido como mandava o guião. Marcelo Rebelo de Sousa tinha convocado os conselheiros de Estado, em finais de maio, para fazer um “ponto da situação” político, económico e social do país, mas a reunião acabou sem que o Presidente da República sequer falasse aos conselheiros.

O Conselho de Estado acabou por ser apenas uma primeira parte, com Marcelo Rebelo de Sousa a deixar pré-agendado um segundo round para setembro, depois das férias. Tudo porque o primeiro-ministro tinha o tempo contado e um avião para apanhar. Motivo: o mundial de futebol feminio, na Nova Zelândia.

Nem Marcelo falou no fim, nem António Costa respondeu às críticas dos conselheiros. “Retomamos o debate em setembro”, terá dito o PR já perto das 20h, deixando os conselheiros com a expectativa de que, por altura da rentrée, Marcelo tentará voltar à carga.

Desta vez, e ao contrário do que tinha pré-anunciado, o Presidente nem falou do caso TAP. E eventuais cenários de crise política ou de avaliação da durabilidade da legislatura também ficaram fora do radar dos conselheiros.