Depois de uma tarde atribulada, o Presidente da República teve alta hospitalar e diz sentir-se bem. Se tivesse ocorrido algo mais grave, que não uma “crise vagal”, o amigo de infância Eduardo Barroso, que está em Vila Real, já estaria a caminho de Lisboa. “Os amigos não podem abandonar os amigos nas alturas difíceis”, diz o médico cirurgião.
Barroso conta ao Expresso que não ficou preocupado, por se tratar de um “badagaio”. “Teve outro patatús, é o segundo que tem. Já teve um em Braga. Sempre com a mesma coisa, calor, hora do almoço”, recorda. Por ser Presidente da República, “tem de se ter um cuidado diferente, não é especial, é diferente”. “Os doentes são todos iguais, mas há uns mais iguais que outros.”
Marcelo é “um bocadinho médico de si próprio”, mas tem “um médico assistente que é catedrático de presidentes”: Daniel de Matos também foi médico de Mário Soares, Jorge Sampaio e Cavaco Silva. Tudo começou, aliás, por indicação de Barroso, quando sugeriu Matos para ser médico do tio, Mário Soares. “Não há ninguém no mundo que tenha sido médico de quatro presidentes seguidos”, realça.
Marcelo assume-se como “hipocondríaco militante”, mas “não tem o médico sempre atrás dele”, aponta Barroso. O mesmo aconteceu com os anteriores presidentes Soares e Sampaio: Daniel de Matos ou o próprio Eduardo Barroso acompanhavam-nos principalmente em deslocações ao estrangeiro, “sobretudo viagens a outros continentes”.
Agora, este paciente conhecido por ser irrequieto “vai fazer a vida normal, tudo o que tem a fazer e mais alguma coisa”, antecipa o amigo de longa data. “É incontrolável”, resume. Daniel de Matos também destacou, durante a tarde desta quarta-feira, não haver “nada a fazer quanto à hiperatividade do Presidente”. Entre os planos está um jantar que Marcelo já tinha combinado com Barroso para a próxima semana. “Espero que ele não tenha desculpa para não ir jantar comigo.”