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PSD quer secar Chega, mas divide-se na forma

As eleições em Espanha acabaram em ressaca, e há quem respire de alívio por não ver o Vox a governar. Mas o “não” definitivo a Ventura divide e tarda. Mesmo que uma sondagem dê motivos para romper com ele

Montenegro, Albuquerque e Pedro Calado em campanha eleitoral na Madeira
Homem de GOUVEIA/lusa

As leituras estão longe de ser consensuais e, em público, as tropas sociais-democratas insistem na ideia de que Espanha não é Portugal nem o Partido Popular espanhol (PP) é o PSD português. Mas, à boca pequena, vão-se fazendo contas de somar à vitória amarga de Alberto Núñez Feijóo. O que significa, afinal, que o centro-direita em Espanha tenha sido o mais votado mas que isso não chegue para formar Governo?

“Cinicamente”, Espanha foi “um bom resultado” para o PSD, comenta ao Expresso fonte social-democrata. “É claro” que uma maioria absoluta do PP que confirmasse os tais “ventos de mudança” antissanchista [contra Pedro Sánchez, socialista espanhol] e desse gás ao anticostismo, de António Costa, seria o ideal para tentar provar o valor do voto útil à direita. Seria também a vitória do guião Feijóo, que, por esta altura, é o mesmo do PSD, de não rejeitar liminarmente acordos, mas tentar secar a direita radical colocando-se como a única “alternativa responsável”.