"Sem ele, Mário Soares, não seria possível uma sessão evocativa tão livre como a de hoje: uns livremente evocando mais os seus méritos, outros evocando livremente os seus deméritos. Uns louvando a democracia que ajudou a construir, outros querendo outro futuro que não o que ele sonhou”. Esta foi uma das frases com que, ao final da manhã desta sexta-feira, o Presidente da República encerrou a sessão parlamentar solene com que os deputados assinalaram o centenário do nascimento de Mário Soares (7 de dezembro de 1924) - uma sessão desta vez sem incidentes, ao contrário do que aconteceu no encerramento do debate do OE2025, e com a presença de apenas um ex-primeiro-ministro (Pedro Santana Lopes) e de um ex-Presidente da República (Ramalho Eanes).
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Do “Soares é fixe” ao criador do “sistema de donos disto tudo”: Soares para todos os gostos numa sessão solene sem incidentes
Soares da liberdade, Soares ecologista, Soares anti-comunista, Soares frentista de esquerda, Soares da descolonização e Soares da contra-revolução, Soares do compadrio, da Europa, da democracia e até Soares das bochechas. Na sessão com que o Parlamento assinalou o centenário do seu nascimento, não houve nada do seu legado que não fosse explorado por cada um dos partidos, elogiando ou criticando, em favor das agendas do presente.