Após 30 dias de governação, há uma certeza. Não existem condições de governabilidade para o Executivo da AD, com o PS e o Chega a travarem as primeiras iniciativas legislativas do Governo. Depois da polémica do IRS (que o PSD e o CDS ainda conseguiram contornar, para já com a descida das propostas à especialidade sem votação), repetiu-se a “coligação negativa” dos dois partidos esta quinta-feira, nas palavras do Governo, dando luz verde à proposta do PS para a abolição das portagens nas ex-SCUT no Parlamento. E nem o apelo do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, para as propostas sobre portagens baixarem à comissão, sem votação, surtiu, desta vez, efeito.
“O PS e o Chega querem bloquear a ação do Governo”, disse, perentório, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, no final, acusando de “irresponsabilidade” as duas forças políticas ao aprovarem uma medida com impacto orçamental de cerca de 180 milhões de euros. O que levaria Pedro Nuno Santos a retirar antes a sua própria conclusão: “O PS na oposição está a fazer mais do que o PSD no Governo”, concluiu, num balanço negativo ao primeiro mês do Executivo.