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Em ano de caos, Costa acena com o Diabo que não veio: como foi o debate do Estado da Nação

Primeiro-ministro em versão (muito) otimista atacou toda a oposição que há um ano antecipava uma recessão que não veio. PSD falou de “estado de negação” e “propaganda” do marketing socialista. Governo não levou novas medidas na manga e, sobre Justiça, muito poucas palavras - e bastante medidas

TIAGO MIRANDA

O ano político foi provavelmente o mais conturbado de sempre, a avaliar pelas 13 demissões no leque governativo, pela megacrise que quase estoirou entre Belém e São Bento, pelas constantes ameaças de dissolução do Presidente da República e pelo risco de “pântano” a pairar sobre uma maioria, sobretudo nos meses quentes em que a comissão de inquérito à TAP pôs ministros atrás de ministros no banco dos ‘réus’. No debate que encerra o ano político e que avalia o estado da Nação, contudo, António Costa agarrou-se ao mantra que tem invocado nos últimos tempos e quis mostrar-se focado na “resolução dos problemas das pessoas”.

“Para nós, o país só está melhor se os portugueses estiveram melhor”, disse o primeiro-ministro logo na intervenção inicial, numa alusão clara à célebre frase de Luís Montenegro em 2014, quando era líder parlamentar de Passos Coelho e, a braços com o programa de ajuda financeira da troika, disse que “o país está melhor, a vida das pessoas é que ainda não”. Ao longo do debate, de resto, foram várias as referências às profecias do “Diabo” que a oposição fez e que, no seu entender, caíram por terra. Para isso, Costa levou números, desígnios e “reformas essenciais à qualidade de vida das pessoas” que diz estarem em curso e que o Governo mantém em vista para as próximas “três sessões legislativas”. Até 2026.