Regressou ao Parlamento por entre sorrisos, abraços e cumprimentos aos deputados socialistas já sentados no plenário e até selfies. Pedro Nuno Santos prometeu que ficará discreto, sentado na última fila, mas a sua chegada ao Parlamento foi marcada por um grande aparato mediático. As câmaras à porta da sala do grupo parlamentar do PS e os diretos televisivos focados no ex-ministro denunciou a popularidade de um dos mais fortes nomes na corrida à sucessão da liderança socialista. “Sou um deputado que apoia o Governo”, respondeu aos jornalistas.
“De facto, neste momento, não sou candidato a nada”, disse. Uma declaração com margem, depois de ter dito, no final da sua audição na comissão de inquérito à gestão da TAP que não era candidato a nada. Por ora, será “um deputado entre 230” que se sente “muito confortável”. “Tenho muito orgulho em ser deputado”, afirmou, rodeado de jornalistas.
Não saiu dos eixos que traçou para o seu regresso: não criticar o Governo. Foi isso que lhe foi questionado, se seria uma voz crítica. “Mas porquê? Temos um Governo muito bem entregue. O PS tem muito trabalho e o Governo muito trabalho para fazer e eu sou um deputado que apoia o Governo”, respondeu.
É naquela linha que vai andar nos próximos tempos, a fazer “o trabalho” com “muito gosto”, ainda que só em Setembro se saiba qual a comissão parlamentar que irá integrar. Essa “informação” ficará para mais tarde.
Dentro e fora do plenário, todos os olhos postos no ex-ministro
Durante o plenário, Pedro Nuno Santos foi saltitando de lugar em lugar a cumprimentar e trocar impressões com os colegas de partido. Até as pessoas que assistiam ao plenário nas galerias receberam um beijinho atirado pelo ex-ministro assim que se sentou no seu lugar. A boa disposição do socialista era evidente, assim como a alegria dos colegas - um deles até levou a mão de Pedro Nuno Santos à cara quando este o cumprimentou.
De todas as vezes que o recém-regressado deputado se dirigiu à sala do grupo parlamentar do PS foi esperado por câmaras e jornalistas que seguiram meticulosamente todos os seus passos. “Agradeço o carinho”, atirou entre risos aos operadores de imagem que se levantavam do chão assim que havia movimentações do ex-ministro.
Depois de abandonar o plenário, ainda a meio dos trabalhos, seguiu-se um sucessivo esvaziar de cadeiras, especialmente na ala socialista - assim como diminuiu o aparato mediático. É com estatuto de quase celebridade que Pedro Nuno Santos marca o terceiro regresso um mês, sete anos, sete meses e sete dias depois de ter tomado posse como secretário de Estado no primeiro Governo de António Costa.