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OE 2024: Defesa cresce 13%, mas €180 milhões são para pagar rendas dos quartéis às Finanças

As Forças Armadas vão gastar mais cerca de €20 milhões com a equiparação do suplemento da condição militar aos valores da GNR. Mesmo assim, as despesas com pessoal só crescem 2%. A Defesa continua a usar um truque que engorda o orçamento: recebe das Finanças para pagar às Finanças as rendas pelos seus próprios quartéis.

Helena Carreiras anunciou subida de 17% em investimento, mas a área da defesa é das mais afetadas pela inflação
NUNO ANDRÉ FERREIRA/LUSA

O orçamento do Ministério da Defesa ganha €344 milhões adicionais em 2024, em relação à despesa prevista para este ano (o que corresponde a um aumento de 13%, segundo as previsões do Governo). A ministra Helena Carreiras já anunciou um aumento de €30 para €100 do suplemento de condição militar - que é igual para todos os elementos das Forças Armadas, independentemente da patente -, uma despesa que deverá ascender a cerca de €20 milhões anuais, de considerarmos os efetivos nas fileiras em dezembro do ano passado.

Deverá ser um fator para tornar as Forças Armadas mais competitivas em relação às forças policiais, sobretudo a GNR, para onde tem havido uma sangria de saídas e cujo subsídio de risco é idêntico. Mas na hierarquia, sabe o Expresso, esta medida está a ser encarada não como um privilégio, mas como a reposição de uma injustiça, que tem sido exigida pelos chefes militares: a equiparação da condição militar ao subsídio de risco da GNR.