Governo

Costa diz que ainda não é o momento de tirar consequências do inquérito à TAP: "Não passei a noite a ler o relatório"

Primeiro-ministro vai esperar pela versão final do relatório da comissão de inquérito para dizer que consequências políticas ainda pode tirar

TIAGO MIRANDA

“Não passei a noite a ler o relatório, além do mais porque este não é o meu momento para me pronunciar” - o primeiro-ministro, que tem admitido só tirar mais consequências políticas do caso TAP em função das conclusões da comissão parlamentar de inquérito (CPI), vai esperar pela versão final do relatório para tirar as suas próprias conclusões.

Aguardo pelas conclusões finais para ver se há alguma outra consequência política a tirar”, disse António Costa aos jornalistas que o questionaram em Aveiro, onde foi participar nas Jornadas de Ciência e onde foi recebido também por um protesto de bolseiros, com os quais conversou sobre as medidas que serão aprovadas esta quinta-feira em Conselho de Ministros.

Costa vincou que o relatório entregue na noite desta terça-feira é uma versão preliminar feita pela relatora, a socialista Ana Paula Bernardo. “A comissão não terminou”, prosseguiu o primeiro-ministro, salientando que “os grupos parlamentares vão certamente apresentar n propostas de alteração”.

“Estamos absolutamente tranquilos e descansados desde o princípio”, assegurou o primeiro-ministro para quem a “principal missão” do Governo tem sido “assegurar que Portugal não perde um grande ativo estratégico que é a TAP”. Por isso, prosseguiu, que houve uma intervenção do Estado durante a pandemia. “Aqueles que criticam, não dizem o que teriam feito em alternativa: a TAP fechava? As empresas que fornecem a TAP iam à falência e milhares de trabalhadores iam para o desemprego?”, questionou Costa, que já vê bons resultados nas medidas tomadas e no plano reestruturação.

A versão preliminar do relatório tem várias recomendações ao Governo, entre as quais melhorar a articulação interna na tutela de empresas públicas e ter mais preocupação com a formalização das decisões. Também recomenda que seja revista toda a legislação relativa ao setor público empresarial de forma a eliminar legislação inaplicável e tornar mais clara e transparente a relação entre as empresas públicas e o Governo, mas também a prestação de contas aos cidadãos.