A maioria absoluta escapou por um deputado, mas isso é um detalhe e, na hora de fazer contas, Miguel Albuquerque decidiu que, afinal, não se demite. Na noite que era para ser de festa – enquanto Luís Montenegro falava aos jornalistas e garantia que não existiria um acordo com Chega – o líder do PSD-Madeira vestia a pele do político frio para tentar encontrar um acordo que lhe permita manter-se à frente do governo regional.
O acordo estava já apalavrado quando fez a declaração final numa noite de muitos telefonemas. Albuquerque ligou a Nuno Morna, o deputado do Iniciativa Liberal, o aliado mais óbvio e para o qual se viraram as atenções. Mas o PAN também acabara de eleger uma jovem deputada de 27 anos, ativista dos direitos das mulheres e assistente social.
Mónica Freitas, a candidata que chegou a número um da lista depois de uma mudança súbita no PAN, é, segundo o Expresso apurou, quem está mais próximo está de chegar a um acordo, que ainda não se sabe se será de governo ou de incidência parlamentar. Seja qual for, será feito por escrito e para uma legislatura. Conseguir esse entendimento – no qual deverá ter uma palavra a dizer Inês Sousa Real – é a primeira preocupação de Miguel Albuquerque. As negociações devem começar já esta segunda-feira e ser rápidas, uma vez que o líder do PSD-Madeira prometeu ter uma solução de governo estável já esta semana.
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PSD-Madeira e PAN vão negociar acordo para maioria estável
Ainda não se sabe os termos do acordo, nem se será de governo ou parlamentar, mas o próximo governo regional da Madeira passará, quase de certeza, pelo PAN. Miguel Albuquerque vai negociar primeiro o governo e depois gerir a crescente rivalidade com Pedro Calado, o presidente da Câmara do Funchal. É uma segunda edição da guerra entre a Quinta Vigia e os Paços do Concelho, mas desta vez Albuquerque está no lugar que era de Jardim