Miguel Albuquerque prometeu domingo à noite que apresentaria ainda esta semana uma solução para um governo estável na Madeira, depois de a coligação PSD-CDS ter perdido a maioria absoluta. E menos de 24 horas depois fechou com o PAN um acordo de incidência parlamentar, que será apresentado esta terça-feira.
Ao que o Expresso sabe o acordo que permitirá a “estabilidade” que Miguel Albuquerque considera necessária para governar será de incidência parlamentar e não implica a participação do PAN no governo regional, que permanecerá, assim, entregue a PSD e CDS, os dois partidos que se coligaram há quatro anos para garantir a maioria absoluta e que foram às regionais deste domingo na coligação pré-eleitoral “Somos Madeira”, mas ficaram a um deputado da maioria absoluta.
O chefe do governo madeirense e líder do PSD-Madeira tinha dito que não governaria sem maioria absoluta, chegando mesmo a dizer que se demitiria se não a conseguisse. Mas, na noite de domingo, não se demitiu e reformulou o seu critério. Anunciou logo que estava em condições para garantir uma solução de governo estável e disse que só se demitiria se não conseguisse esse acordo.
Também logo na noite eleitoral, primeiro a Iniciativa Liberal e depois o PAN anunciaram a sua disponibilidade para conversar com a coligação PSD-CDS. Ambos os partidos elegeram um deputado, sendo que os liberais se estreiam na Assembleia Legislativa Regional enquanto que o PAN é um regresso ao parlamento madeirense. A eleita desta vez foi Mónica Freitas, depois de o primeiro cabeça de lista se ter incompatibilizado com os órgãos partidários.
Assistente social, com 27 anos, Mónica Freitas passará, então, a ser a garantia de estabilidade na Madeira. O entendimento, conforme foi explicado ao Expresso, foi alcançado entre o PSD e o PAN, não envolvendo o CDS. Já esta segunda-feira, o líder do CDS, Nuno Melo, tinha remetido para Miguel Albuquerque a escolha sobre com quem fazer um acordo para a estabilidade desejada. "Num meio eleitoral pequeno como o da Madeira, [há] sempre circunstâncias particulares e pessoais que se jogam nas dinâmicas de campanha e políticas que podem, para além da questão estritamente ideológica, justificar opções. Essa avaliação comete a quem lidera esta coligação, que é o doutor Miguel Albuquerque, e que eu respeitarei sem emitir, a esse propósito, opinião", ressalvou Nuno Melo.
O acordo entre o PSD e o PAN será formalizado esta terça-feira, o que permitirá a Miguel Albuquerque levar a sua solução de estabilidade ao representante da República quando for recebido na quinta-feira. Ireneu Cabral Barreto começa a ouvir os partidos na quarta-feira.