Autárquicas 2025

Porto: Pedro Duarte interpôs providência cautelar para parar obras do metrobus

O candidato da coligação O Porto Somos Nós (PSD/CDS-PP/IL) à Câmara do Porto, Pedro Duarte, interpôs hoje a providência cautelar que tinha anunciado contra a Metro do Porto para parar as obras do metrobus

José Fonseca Fernandes

O candidato da coligação O Porto Somos Nós (PSD/CDS-PP/IL) à Câmara do Porto, Pedro Duarte, interpôs hoje a providência cautelar que tinha anunciado contra a Metro do Porto para parar as obras do metrobus.

De acordo com a providência cautelar que deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto, a que a Lusa teve acesso, o documento assinala a "total incompreensão com o violento arranque da 2.ª fase, a que depressa se juntou um sentimento generalizado de dor e indignação, ao perceber-se que o arranque das obras se fez com o início do abate de dezenas de árvores de grande porte e pela destruição de corredores verdes urbanos"

Para Pedro Duarte, a Metro do Porto "demonstra uma absoluta irresponsabilidade e despreocupação com as gerações futuras, até porque foram já identificadas alternativas técnicas viáveis, menos gravosas, com menor impacto".

No texto, lembra ainda que os deputados da Assembleia Municipal do Porto "aprovaram uma moção a manifestar a sua 'profunda indignação' perante a decisão da administração" da Metro do Porto e de um "total, manifesto e 'inadmissível desrespeito'" perante a assembleia, com o início das obras no dia 22 de setembro.

A comunicação da Metro do Porto referia que a obra "não teria impacto na normal circulação automóvel", mas Pedro Duarte considera que isso "não é inteiramente verdade", relembrando ainda que a "primeira fase não entrou sequer em funcionamento".

"Este é um ato cívico importante para tentar parar uma das maiores irresponsabilidades dos últimos tempos na cidade do Porto, em que se abatem dezenas de árvores à revelia dos portuenses", refere Pedro Duarte em declaração escrita à Lusa, salientando que, "ao contrário do PS", quer "apostar em mais árvores, mais espaços verdes, mais espaços pedonais e ciclovias", acusando os socialistas de querer "mais betão e alcatrão" e a sua candidatura "mais bem-estar para os portuenses".

O abate de árvores do primeiro trecho da segunda fase do metrobus é conhecido desde o dia 27 de agosto, quando a Lusa noticiou que entre as avenidas Marechal Gomes da Costa e Antunes Guimarães, o saldo ia passar de 48 árvores - 16 a manter, 30 a abater (27 no canal central e 3 em passeios) e duas a transplantar - para 108 árvores no final: 16 mantidas, 87 novas (56 nos passeios e zonas de atravessamento da Boavista e 6 no passeio da Antunes Guimarães) e cinco transplantadas.

O candidato autárquico recorda que liderou, em maio, uma petição contra a concretização da segunda fase do metrobus "nos moldes em que se encontra".

A Metro do Porto refere que "em paralelo com o avanço desta empreitada da ligação Boavista -- Anémona, a Metro do Porto está a trabalhar em alterações ao projeto que vão ao encontro dos objetivos pretendidos pela Câmara Municipal do Porto".

"Os projetistas encontram-se a desenvolver uma solução alternativa para o troço compreendido entre as estações Garcia de Orta e Castelo do Queijo, em estrita conformidade com o solicitado pela câmara", referiu a empresa.

Segundo a Metro do Porto, o projeto foi revisto após um pedido da Câmara do Porto em 01 de abril e, em 22 de maio, o candidato autárquico do PSD/CDS-PP/IL Pedro Duarte divulgou uma petição que pretendia, precisamente, manter a ciclovia central e evitar o abate de árvores, algo com o qual o atual presidente da Câmara, Rui Moreira, disse concordar.

Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.