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Oito milhões de votos foram “desperdiçados” em todas as legislativas: mudar lei eleitoral tornaria “democracia mais sã”

As legislativas “são as únicas eleições em que não há métodos de representatividade”. Ano após ano, milhares de votos não são convertidos em mandatos e os partidos e os círculos eleitorais de menores dimensões são historicamente os mais prejudicados. “Muita gente já me disse: ‘Aqui na minha zona nem vale a pena votar nesse partido porque já sei que vai cair em saco roto’”, conta o politólogo Luís Humberto Teixeira. Há soluções para resolver o problema, mas falta vontade política
As listas independentes incentivam a participação eleitoral. Outras variáveis, como taxas de desemprego altas e locais com pouca população, também Foto Marcos Borga
Foto Marcos Borga

8.330.434 é o número de votos que foram “desperdiçados” em todas as eleições legislativas desde 1975. Por outras palavras, cerca de 9,5% dos mais de 87 milhões de votos válidos até hoje não foram convertidos em mandatos, avança o politólogo Luís Humberto Teixeira, responsável pelo portal “O meu voto” e pela petição “Por uma maior conversão de votos em mandatos”. O problema não é de agora e as soluções já estão identificadas — mas há “indiferença” e “comodismo” em mudar a lei eleitoral, considera.

Luís Humberto Teixeira estuda este tema há mais de 20 anos e, nas últimas legislativas, a petição e o portal “fizeram com que a consciência das pessoas aumentasse”. “Recebi muitas mensagens de eleitores a dizer que não tinham conhecimento disto, apesar de votarem há décadas”, conta ao Expresso. “Muita gente já me disse: ‘Aqui na minha zona nem vale a pena votar nesse partido porque já sei que vai cair em saco roto’”, acrescenta.