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Defesa

Comandantes de helicópteros de salvamento batem com a porta. Substitutos também

Devia haver 14 tripulações nos helicópteros EH-101, mas só há 9. Militares estão exaustos. Pilotos preferem pedir abate ao quadro

CARLOS M. ALMEIDA

A falta de meios, a exaustão e a desilusão dos pilotos da Força Aérea, está a gerar uma crise inédita nas esquadras de busca e salvamento, que o ano passado executaram 57 resgates de pessoas a bordo de embarcações e salvaram 39 vidas. O militares em postos de comando já não protestam: vão-se embora. Os comandantes das duas esquadras dos helicópteros EH-101 Merlin no Montijo e nos Açores pediram abate ao quadro. E os dois pilotos nomeados para os substituir fizeram o mesmo: recusaram a nomeação para o comando e preferiram sair da vida militar. Ainda houve um quinto a meter os papéis. E deve haver mais saídas, apurou o Expresso. Esta recusa sistemática de operacionais com mais de 20 anos de serviço em comandar unidades através da decisão radical de sair das Forças Armadas é sinal da crise profunda que o ramo aéreo atravessa.

No caso de um destes comandantes, a situação foi descrita ao Expresso como “rocambolesca”: um major nomeado para comandar a Esquadra 752, nas Lajes, Ilha Terceira, foi transportado num avião militar, aterrou nos Açores, entregou o papel de abate ao quadro ao comandante da Base Aérea nº 4 e regressou ao Continente no voo de regresso. A Força Aérea confirma a existência destes pedidos, que enquadra numa “tendência de saída prematura de pessoal”, cujo aumento “já era expectável este ano”.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.