A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, abriu mais quatro processos disciplinares a funcionários da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), nove meses depois das buscas da Polícia Judiciária que levaram à detenção de altos quadros daquela direção-geral no âmbito da Operação Tempestade Perfeita. Com estes novos casos, a DGRDN soma sete processos disciplinares relacionados com este processo-crime. De fora, porém, ficou João Ribeiro, secretário-geral do ministério — responsável pela máquina administrativa da Defesa —, que também foi constituído arguido e que está a ser investigado pelo Ministério Público num inquérito autónomo.
A revelação surge numa carta que a Inspeção-Geral da Defesa Nacional (IGDN) enviou no dia 10 outubro à procuradora Celestina Morgado, titular do inquérito no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, a que o Expresso teve acesso. Segundo o gabinete de Helena Carreiras, “foram instaurados processos disciplinares em todos os casos em que o Tribunal Central de Instrução Criminal comunicou ao Ministério da Defesa Nacional (MDN) a existência de matéria do foro disciplinar que mereceria ser avaliada”. Não foi aplicada a suspensão de funções a estes quatro funcionários, porque o juiz não a requereu, como fez em relação a outros dois arguidos no processo.