Não há talvez melhor forma de ilustrar a diferença entre as duas freguesias do que a odisseia de um Porsche Taycan Turbo vermelho a desafiar as estradas esburacadas de Vilar do Paraíso, onde predomina a paisagem rural, até entrar na zona urbana e movimentada de Mafamude. A fusão destes dois territórios tão díspares, em vigor desde 2013, faz com que seja a maior junta do Norte e Centro, ocupando o terceiro posto a nível nacional, em termos de densidade populacional. Ali, em Mafamude e Vilar do Paraíso, no concelho de Vila Nova de Gaia, vivem aproximadamente 56 mil habitantes. Esta é uma das 135 uniões de freguesias que se preparam para a desagregação, votada esta sexta-feira (17 de janeiro) na Assembleia da República.
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Há um “divórcio” nos “Balcãs de Portugal”: o “casamento por conveniência” entre Mafamude e Vilar do Paraíso chega ao fim
A desagregação da atual união de freguesias de Mafamude e Vilar do Paraíso, em Vila Nova de Gaia, “não será um divórcio litigioso”, por haver um “bom entendimento entre as partes”. E a “partilha dos bens” já está a ser preparada, explica ao Expresso a presidente da terceira maior junta do país. Para a população, a separação parece colher agrado de ambos os lados. Já David Bruno, músico gaiense com um álbum dedicado a cada uma das duas freguesias, confessa que se sente como “um gajo do Kosovo, que é albanês, mas vive do lado de lá”