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Política

Esquerda tenta ir “além dos partidos”, mas movimentos pedem “renovação”

Partidos à esquerda concordam com necessidade de recuperar proximidade à sociedade civil, mas movimentos sociais esfriam expectativas. Renovação de quadros "fora da política" entre as exigências

Francisco Louçã lançou discussão sobre “congressos unitários”
Luís Barra

Em contrarrelógio para as autárquicas, os partidos à esquerda estão obrigados a repensar a estratégia depois da hecatombe das legislativas. Uma das vozes desta reflexão foi a de Francisco Louçã, que lançou a ideia de “congressos unitários” num artigo de opinião do “Público”. A mensagem poderia ser no sentido de uma maior união entre os partidos — numa altura em que a esquerda afina coligações para tentar impedir que câmaras caiam nas mãos da direita e extrema-direita —, mas a intenção era falar para a sociedade civil. A ideia ganhou tração à esquerda, mas esbarrou num novo problema: os movimentos sociais distancia­ram-se dos partidos e pedem “renovações”. Resta saber se estes estão dispostos a ceder ou se olham para um caminho de convergência entre si para evitarem o desaparecimento. Mas por agora, cada um parece seguir o seu caminho.