O Presidente da República sugeriu esta tarde que as negociações entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2025) devem começar já.

“Estamos em julho” e “com tempo”, visto que a proposta de lei do Governo só tem de dar entrada no Parlamento em meados de outubro, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, falando com jornalistas depois de participar no “EurAfrican Forum 2024”, na Nova SBE, em Carcavelos, onde esteve, com o Presidente das Maurícias, Prithvirajsing Roopun.

Marcelo sugeriu mesmo “conversas discretas” e disse ver “com bons olhos” a disponibilidade para o diálogo manifestada segunda-feira à noite pelo secretário-geral do PS.

Questionado sobre a promulgação do decreto do Parlamento que desce o IRS (aprovado com os votos contra da AD), o Presidente da República disse que tem em Belém seis diplomas sobre matéria fiscal em relação aos quais anunciará em conjunto uma decisão na próxima semana.

Ao mesmo tempo, sem explicar como, disse que liga a decisão que tomará sobre estes diplomas à vontade de criar um ambiente propício a negociações do OE2025 entre o Governo e o PS.

Insistentemente questionado, recusou retomar a sua tese de 2021 segundo a qual o chumbo de um Orçamento do Estado implica a sua decisão de dissolver o Parlamento (logo, eleições antecipadas).

Apresentando-se como “fator de estabilidade”, foi nisso que o Presidente contextualizou o seu silêncio dos últimos dias. “Falar pouco ajuda a entendimentos mútuos”, disse. Concluindo: “Tudo o que aumente a estabilidade é bom, tudo o que não aumenta é mau."