A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, defende que a próxima pessoa a ocupar o cargo da procuradora-geral da República precisa de ser capaz de “marcar uma nova era para o Ministério Público”. Em entrevista ao jornal “Observador”, Rita Alarcão Júdice refere que é necessário contrariar “uma certa descredibilização” do Ministério Público.

“Precisamos de uma pessoa que tenha uma boa capacidade de liderança e de comunicação”, diz, justificando que “os tempos modernos já não se compatibilizam com a ideia de que podemos estar dentro dos nossos gabinetes e não falarmos, não comunicarmos e não explicarmos aos cidadãos nas sedes próprias”. A ministra realça que a comunicação “é exigível”.

Rita Alarcão Júdice refere que se tem assistido a “períodos muito duros para o MP” e que “justas ou injustas, a verdade é que o MP está exposto a muitas críticas”. Estes últimos tempos “criaram algum descontentamento”. Desse modo, “o novo procurador-geral tem que pôr ordem na casa, por assim dizer”. A ministra realça que o “olhar do cidadão é muito importante para o Governo”, alegando que “hoje em dia o cidadão comum não compreende muitos aspetos da atividade do MP”.

Para a ministra, “​​o MP é muito importante” e, por isso, “a sua capacidade e credibilidade é determinante para o bom funcionamento da Justiça”. Apesar de “não ser a ministra da Justiça que escolhe a procuradora ou o procurador-geral da República”, a mesma reconhece o papel que tem nessa seleção. “Admito que possa ter uma palavra mais relevante a dizer que outros ministros que possam ter menos contacto com a realidade da Justiça, mas também é verdade que a Justiça nos toca a todos e por isso todos terão uma palavra.