Há 50 anos, os capitães começaram por se mobilizar por reivindicações corporativas, que depressa evoluíram para a exigência de uma “legitimação democrática” do esforço de guerra em África e de um regime sufragado pelo povo. Como se sabe, o movimento culminou no golpe de 25 de Abril. Hoje, em plena democracia e sem guerra — mas com uma guerra de expansão nas fronteiras da NATO —, as Forças Armadas portuguesas debatem-se com falta de efetivos, vencimentos baixos e perda de privilégios face às carreiras a que estavam equiparadas. Em 1974 havia descontentamento e desmotivação suficientes para um golpe. Agora há descontentamento e desmotivação para as associações socioprofissionais ameaçarem com manifestações na rua e para os quatro chefes militares darem entrevistas quase simultâneas cheias de avisos para o novo ministro da Defesa.
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Abril começou pelas carreiras. O que querem os militares hoje?
Chefes militares e associações pedem aumentos salariais e atenção às reformas