A um dia da reunião do PSD que irá definir os nomes incluídos nas listas às europeias, Luís Marques Mendes adiantou-se e comunicou que será Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, o cabeça-de-lista. Apesar da comunicação formal só acontecer após a reunião da Comissão Nacional, o comentador da SIC avançou que a lista irá incluir “autarcas e ex-autarcas". Já se sabia que o autarca do Porto era um nome que reunia consenso nos núcleos do PSD e CDS. Agora, a decisão parece já estar tomada. Quanto ao PS, Marques Mendes não avançou qualquer decisão final.
Outro dos assuntos do comentário semanal foram os novos desenvolvimentos da Operação Influencer – o Tribunal da Relação de Lisboa considerou não haver indícios de crime. Para Marques Mendes esta conclusão representou a derrota “mais pesada de todas” do Ministério Público sobre a investigação que envolve o primeiro-ministro. Além disso, há uma “desautorização” da Procuradora-Geral da República (PGR) quanto ao parágrafo do comunicado que mencionou António Costa e que causou a demissão do mesmo – um parágrafo “mais político que jurídico” que “nunca devia ter acontecido”. "A PGR desautorizada não terá iniciativa de pedir demissão?”, lançou o social-democrata aumentando ainda mais a pressão sobre Lucília Gago.
Marques Mendes considera que o processo de António Costa irá ser arquivado “mais tarde ou mais cedo”. Contudo, estes novos desenvolvimentos geraram uma “crise de confiança” no Ministério Público (MP). “Quando o MP avançar com alguma busca, detenção ou acusação, os portugueses vão começar a desconfiar de exagero ou abuso”. Por isso, o comentador desafiou o próprio MP a fazer uma “reflexão interna”.
Até agora, nem o Presidente da República nem o primeiro-ministro fizerem declarações sobre as conclusões do Tribunal da Relação ou sobre o funcionamento do MP. Marques Mendes incentivou as duas figuras políticas a ter uma “palavra pública” sobre “crise de confiança” nesta instituição que é “muito importante”.
IRS: partidos não vão chumbar alívio fiscal “em véspera de europeias”
Depois de ter criticado Luís Montenegro por ter deixado gerar uma “grande ambiguidade” na medida da descida do IRS, Marques Mendes veio agora elogiar os efeitos da proposta de alívio fiscal do Governo. O social-democrata considerou a medida “complementar” às reduções já em vigor do anterior Governo socialista. “São duas medidas justas e complementares”, disse, já que a do PS beneficiou os rendimentos mais baixos e a da AD vem agora ajudar a “classe média”.
A proposta será levada à Assembleia da República, esta semana, para ser discutida e votada. Apesar das críticas já deixadas pela oposição, Marques Mendes partilhou a sua convicção de que a medida será aprovada. “Mesmo os quem tem dúvidas ou críticas não vão chumbar um alívio fiscal em véspera de eleições europeias”, resumiu.
Também o Congresso do CDS, que decorreu este fim-de-semana, foi incluído nos destaques do Conselheiro de Estado. Marques Mendes falou num “bom regresso” que marca o regresso do CDS à política, depois do regresso à Assembleia da República. “Goste-se ou não se goste, é bom ter de volta um dos partidos fundadores da democracia”, acrescentou.
Uma das novidades anunciadas no Congresso do partido liderado por Nuno Melo foi a criação de uma comissão para celebrar os 50 anos do 25 de novembro. Marques Mendes concordou com a ideia, mas criticou o timing e a situação em que ela foi apresentada. “O 25 de abril é mais importante, mas o 25 de novembro também e não pode ser apagado da história”, defendeu. Contudo, criticou a proposta ter sido anunciada a poucos dias dos 50 anos do 25 de abril. “Não é uma provocação, mas até parece”, atirou. Depois, sendo uma proposta do Governo, o social-democrata não concordou com a decisão de ser comunicada num evento de um partido.