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Política

O poder do Chega sem estar no poder: colocar o PSD ao centro

Analistas e políticos concordam que principal impacto do Chega é centralizar o PSD. Entre académicos, há quem ache que PS e PSD vão resistir bem ao crescimento do partido de Ventura

Os votos da emigração aumentaram para 50 o grupo parlamentar do Chega
Matilde Fieschi

Os 50 anos do 25 de Abril vão ser comemorados com 50 deputados da direita radical na Assembleia da República — “o voto do povo prega estas partidas”, diz o politólogo de direita Jaime Nogueira Pinto —, mas o grande “sismo” é o poder de um milhão de votos, que deixa o Governo da Aliança Democrática (AD) dependente de André Ventura. Esta semana, o líder do Chega voltou a invocar a sua massa eleitoral para ameaçar o Orçamento de 2025 se não houver um “acordo” de governação: deu um prazo a Luís Montenegro, “até ao fim do verão”, para haver “um entendimento”, disse esta quarta-feira na RTP. Com a força do Chega, o regime tripartiu, colocando o PSD como marco geodésico no centro político, a concorrer à direita com um partido que deseja ocupar o seu lugar. Há uma “escalada na demagogia”, a linguagem política está mais “grosseira”, mas o sistema resistirá, dizem os mais otimistas.