Rui Patrício, o último ministro dos Negócios Estrangeiros do Estado Novo, morreu este domingo no Brasil, para onde foi na sequência da Revolução do 25 de Abril. Aos 91 anos, teve uma indisposição em casa e acabaria por morrer no hospital, segundo confirmou ao Expresso uma fonte familiar.
Nascido em 1932, Rui Patrício formou-se na Faculdade de Direito de Lisboa, onde foi assistente entre 1958 e 1963. Antes disso trabalhou no Gabinete do Ultramar. Em 1965 começou uma carreira governativa que o levaria a um dos cargos governamentais mais relevantes. Com Salazar, começou por ser subsecretário de Estado do Fomento Ultramarino e em 1970, já com Marcelo Caetano no poder, chega a ministro dos Negócios Estrangeiros.
Foi um acérrimo defensor da manutenção das colónias e, em 2008, continuava a acreditar que a descolonização tinha sido a “auto-derrota” de uma nação, assim como a Revolução.
No dia 25 de Abril de 1974, foi para o Quartel do Carmo, tal como Caetano e com ele saiu na chaimite Bula. Uns meses depois, foi para Paris, de onde rapidamente partiu para o Brasil, onde tirou um curso de gestão e foi gestor de várias empresas, entre as quais a Axa Seguros, a Ericsson Brasil e a Jerónimo Martins.
Nota: titulo alterado de “último ministro do Estado Novo” para “último ministro dos Negócios Estrangeiros do Estado Novo”. Mário Júlio Almeida Costa, que foi ministro da justiça entre 1967 e 1973, ainda é vivo.