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Depois da cacofonia, PS rejeita viabilizar governo de Bolieiro para não contaminar campanha nacional

PS Açores reúne esta quinta-feira a comissão regional para decidir o que fazer em relação a um governo minoritário do PSD. Carlos César já deu a tática: não viabilizar; pôr ónus no PSD e deixar o PS reduzido ao papel de oposição, à espera de melhores dias. Decisão está alinhada com Pedro Nuno Santos

ANDRÉ KOSTERS

A esquerda perdeu, a direita ganhou, a direita tem “maioria”, “deixem a esquerda em paz”. As frases de Carlos César, um dia depois de o PS se ter visto numa encruzilhada estratégica após a derrota nos Açores, procurava pôr um ponto final na cacofonia que se gerou nas últimas horas dentro do próprio partido: deve ou não o PS viabilizar um governo minoritário do PSD nos Açores para evitar que o Chega tenha força negocial? O PS dividiu-se e foi preciso, perante declarações contraditórias saídas de dentro do próprio núcleo duro de Pedro Nuno Santos, gerir danos e afinar a estratégia.

E a estratégia, na direção nacional, passa por continuar a deixar o jogo relativamente em aberto (Pedro Nuno diz que é “quase impossível” viabilizar um governo do PSD a nível nacional dando a entender o que considera que deveria acontecer no governo regional), passando a bola para a “autonomia” do PS Açores. Isto, claro, sabendo que o que se passa na região autónoma tem “leitura nacional” - pelo que todo o cuidado é pouco. O secretário-geral do PS tem dito - e voltou a fazê-lo na noite eleitoral - que não vê vantagens numa convergência dos dois maiores partidos, que deixe o flanco da oposição livre para os extremos.