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Política

Pobreza, habitação e RSI no centro da campanha dos Açores

Pobreza voltou a ser destaque na campanha eleitoral. Oposição pede mais medidas para travar problema

LUIS BARRA

A poucos metros da Ponte dos Sete Arcos, à entrada da vila do Nordeste, na ilha açoriana de São Miguel, uma placa salta à vista com a palavra “Abraço”. A seta aponta para uma Loja Social, com artigos de vestuário em segunda mão, que é visitada diariamente por dezenas de habitantes. Num dos concelhos onde a pobreza é mais evidente na região, famílias em dificuldades podem dirigir-se à loja para buscar roupas grátis, enquanto o dinheiro das peças que são vendidas é revertido também para populações desfavorecidas.

“Há aqui muita pobreza. Famílias numerosas com três ou quatro filhos, às vezes um dos pais ou ambos estão desempregados e esta é uma ajuda preciosa”, conta ao Expresso Maria Medeiros, responsável pela loja. O nome do espaço não foi escolhido ao acaso, frisa, pois é de um “abraço” que a maioria daquelas famílias precisam.

Os clientes são dos “zero aos 90 anos” e saem dali “aliviados” e “felizes” por poderem ter roupa para os filhos e netos ou para os surpreenderem nesta altura do ano com uma fantasia de carnaval, época bem festejada pelos micaelenses. “Mas há também muita pobreza envergonhada”, nota.