Miguel Albuquerque não se demite da liderança do Governo Regional da Madeira, apesar das investigações em curso a vários negócios públicos e que já levaram à detenção do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado. "A situação de inquérito não diminui os direitos de ninguém", disse Albuquerque aos jornalistas, esta quarta-feira à tarde, horas depois de ser conhecida uma investigação em curso que envolve suspeitas de crimes de prevaricação, corrupção e participação económica em negócio.
Segundo o governante regional os negócios sob investigação dizem respeito ao teleférico do Curral das Freiras, ao licenciamento da Praia Formosa e a um concurso para autocarros. “Estamos a colaborar de forma ativa e consistente no sentido de fornecermos todos os elementos necessários”, garantiu Albuquerque, que não vê necessidade de se demitir mesmo que venha a ser constituído arguido.
“Tenho o direito, como qualquer cidadão, de não ser suspeito eternamente. A constituição de arguido é um estatuto conferido pela lei para as pessoas se poderem defender”, sustenta o líder do governo da Madeira, reeleito em setembro de 2023. "Fui 19 anos presidente da camara, estou há 9 anos presidente do governo, nunca fui acusado de nada. Nunca roubei nada a ninguém", argumentou, perante a insistência dos jornalistas que perguntavam se vai ou não demitir-se.
“Colaboramos com a justiça, estamos de consciência tranquila”, garantiu, esclarecendo também que esta investigação não está relacionado com um negócio pessoal: “Este processo nada tem a ver com a minha venda da quinta do Largo.”
Quanto à detenção de Pedro Calado, que foi número dois do executivo regional, Albuquerque desvalorizou, dizendo que o atual autarca “pode ser detido para ser ouvido”.