Foi a citar indiretamente o slogan do populista norte-americano Donald Trump (Make America Great Again), que Pedro Nuno Santos procurou esta semana dar mais um passo para explicar aquilo que admite ser difícil de explicar em pouco mais de um mês de campanha: que aposta numa economia mais desenvolvida, que direciona os apoios do Estado para as empresas e sectores mais transformadores, para assim conseguir chegar ao “topo” e ambicionar ter melhores salários. “É preciso acreditar que este país possa voltar a ser grande” e “ser grande é ter melhores salários e não ter as pessoas com vontade de emigrar”, disse esta semana numa intervenção perante empresários do sector do comércio e serviços, onde vincou que não é através de uma reforma fiscal, como a que o PSD defende, que isso se consegue. Mas sim com uma visão mais “ambiciosa” de país.
A ideia é não entregar de bandeja à direita a bandeira do crescimento económico, que admite ter ficado aquém nos últimos anos — apesar de António Costa fazer gala de ter posto Portugal a convergir com a média da UE —, e não desvalorizar o descontentamento da classe média e daqueles que não veem esperança no futuro. A tarefa é complexa: depois de ter estado oito anos no Governo, com pastas tão emblemáticas como a Habitação e os Transportes, Pedro Nuno Santos tem pouco mais de um mês para mostrar que não é preciso mudar de partido para, agora sim, o PS oferecer respostas. Francisco Assis deu o mote no congresso do PS, quando avisou que a prioridade dos socialistas devia ser “reconciliar a classe média com o Estado social”, e Pedro Nuno tem seguido uma linha semelhante. Na primeira reunião da Comissão Nacional do PS como líder deixou uma espécie de guião para que o partido não hostilize os “zangados” que “sentem que têm uma vida que não sai da cepa torta”. “Temos de ter a capacidade de os recuperar”, disse, pedindo “humildade” a contrastar com a arrogância apontada ao PS de Costa.
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