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Jerónimo de Sousa dá instruções a Paulo Raimundo e torce o nariz a nova ‘geringonça’: “Não estamos para aí virados”

Num dos momentos mais esperados do encontro nacional do PCP, Jerónimo de Sousa regressou ao palco para falar dos “combates de grande exigência” que se aproximam. Perante os ouvidos atentos de Paulo Raimundo, o ex-líder comunista deixou indicações de como conquistar um bom resultado eleitoral e colocou um travão a um novo acordo com o PS

MANUEL DE ALMEIDA

“Não estamos para aí virados”, respondeu Jerónimo de Sousa sobre a possibilidade do PCP repetir um entendimento com o PS. O ex-secretário-geral comunista criticou as “duas facetas negativas” do PS que não só rejeitou “propostas incontornáveis” do PCP – das leis laborais ao investimento no Serviço Nacional de Saúde – como ainda “recolheu para si próprio avanços” conseguidos graças à luta dos comunistas. “Fomos nós que fizemos aquilo que era possível fazer a pensar nos trabalhadores, reformados, pensionistas, pequenos empresários. Fizemos isso tudo e por isso temos a consciência com grande tranquilidade”, respondeu aos jornalistas à margem do Encontro Nacional do PCP, a decorrer este sábado, no Fórum Lisboa.

O histórico comunista está “consciente das dificuldades” das batalhas eleitorais que se iniciam já em março. Contudo, mantém-se confiante da recuperação eleitoral do seu partido agora liderado por Paulo Raimundo. “Fiquei surpreendido porque quando deixei de ser secretário-geral, centenas de pessoas me diziam que o PCP faz muita falta, gente que não era do PCP ou da CDU”, disse.