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Pedro Nuno deixa BE à espera, não vai reverter nenhuma privatização, e não concorda com 'Fundo Medina'

Em entrevista a Bernardo Ferrão, no podcast ‘Geração 70’, Pedro Nuno Santos diz que não vai reverter nenhuma privatização feita por anteriores governos e não concorda com a operação especial de Medina para fazer uma descida tão acentuada da dívida pública. O líder do PS não diz o que fará perante uma moção de rejeição a um eventual governo minoritário do PSD. Sobre alianças futuras, tudo em standby

José Fernandes

No dia em que dá o tiro de partida para o Congresso do PS, que dura até domingo em Lisboa, Pedro Nuno Santos deixou algumas pistas programáticas em entrevista ao podcast ‘Geração 70’, do jornalista Bernardo Ferrão, no festival de Podcasts do Expresso. Questionado sobre a mais recente polémica em torno da compra de ações dos CTT, Pedro Nuno Santos admitiu que o então governo socialista de José Sócrates “fez mal” em inscrever a privatização dos correios no memorando da troika, mas garante que não tenciona reverter nem essa, nem nenhuma outra privatização. Estabilidade e previsibilidade são bens maiores, admite.

“Não temos a pretensão de corrigir todas as asneiras que PSD e CDS fizeram naqueles quatro anos”, afirma, sublinhando que muitas dessas privatizações “foram mal feitas, mas não podemos estar sempre a reverter tudo o que os outros fizeram”. “O pior que pode acontecer é cada novo governo achar que vai inventar a roda e reverter tudo. Foram mal feitas, mas entretanto o país seguiu", disse numa entrevista conduzida no âmbito do ‘Festival de Podcasts’, que fecha as comemorações dos 50 anos do Expresso.