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Política

Costa em campanha no último dia do Governo em plenas funções

Cinco visitas, cinco discursos, uma arruada, uma viagem de metro, muitas, muitas inaugurações, e até um caderno de encargos. António Costa deixa esta quinta-feira de ser primeiro-ministro em plenas funções e põe prego a fundo em modo campanha eleitoral. Para onde corre o primeiro-ministro que vai deixar de o ser?

Rui Duarte Silva

O pretexto era uma visita à fase final da construção de uma nova estrada, com 10 km de extensão, que vai ligar o concelho da Maia ao da Trofa (e depois a Famalicão). António Costa, de capacete e casaco refletor, aprecia com gosto a nova tecnologia de ponta que permitiu a construção do último viaduto que a obra exige e que o presidente da câmara da Maia apelidou de “geringonça”. “Valeu a pena sermos persistentes e termos conseguido obter financiamento”, disse no púlpito improvisado em plena obra, explicando que a construção desta variante à Estrada Nacional 14 foi a primeira obra rodoviária do PRR a ser consignada, em março de 2022, numa altura em que a Comissão Europeia ainda não estava plenamente convencida de que Portugal devia gastar mais dinheiro em estradas - depois do tanto que já tinha gasto em autoestradas em anos anteriores.

Os jeeps passavam para cima e para baixo, para mostrar à extensa comitiva que acompanhava o primeiro-ministro esta quarta-feira, no âmbito da iniciativa Governo Mais Próximo que decorre até esta quinta-feira no distrito do Porto, como a obra, prometida “há quase 30 anos”, estava mesmo prestes a ver a luz do dia: o calendário aponta para o primeiro semestre de 2024. “Em junho estamos todos convidados a vir circular nesta nova via, e em 2025 poderemos circular até Famalicão”, convidaria o presidente da câmara da Maia, depois de Sérgio Humberto, autarca da Trofa, também se ter congratulado pelo “dia feliz” que se assinalava esta quarta-feira, 6 de dezembro.