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Caso das gémeas entrou no debate sobre SNS: Bloco pede esclarecimentos a “regime de exceções”, Chega acusa PS de “impedir escrutínio”

Numa interpelação ao Governo nas últimas horas antes de ser demitido (e entrar em gestão), o Bloco pediu “certezas” sobre o caso das gémeas luso-brasileiras e “responsabilização” caso se confirmem favorecimentos. O Chega acusou o PS de “impedir escrutínio” por travar as audições a Marta Temido e Lacerda Sales

Mariana Mortágua, deputada e coordenadora do Bloco de Esquerda
TIAGO PETINGA

Enquanto o Governo em fim de vida aprovava diplomas no último Conselho de Ministros antes de entrar em gestão, a sua ausência era criticada dentro do Parlamento. “Temos pena que o ministro da Saúde se tenha demitido antecipadamente das suas responsabilidades”, atirou Joana Mortágua durante o debate que nasceu da interpelação dos bloquistas ao executivo socialista esta quinta-feira, dia 7. Apesar de o tema ser o SNS e o “caos na saúde”, o caso do alegado favorecimento no tratamento das gémeas luso-brasileiras também ecoou pelas paredes do plenário.

“A este caos soma-se agora a desconfiança sobre um regime de exceções no acesso à saúde”, disse Mariana Mortágua no discurso de abertura. A líder bloquista pediu “responsabilização” a quem atribuiu os favorecimentos, no caso de estes se confirmarem, e a garantia de que o SNS fornece a “mesma qualidade, competência e investimento” a pessoas “pobres ou ricas, influentes ou não”. Do outro lado da bancada, também André Ventura lembrou as suspeitas “gravíssimas” que recaem sobre o SNS e criticou o travão do PS às audições a Marta Temido e António Lacerda Sales, ministra da saúde e secretário de Estado da Saúde durante o período em questão.