O Governo de António Costa está em final de ciclo, mas está apostado em não deixar cair projetos estratégicos plurianuais, sobretudo os que envolvam acesso a fundos comunitários. É o caso do lançamento do concurso para o primeiro troço da nova linha de alta velocidade Lisboa-Porto, que tem de obedecer a prazos específicos (deve ser lançado em janeiro de 2024) para poder candidatar-se a fundos europeus. Ao que o Expresso apurou, o primeiro-ministro já sinalizou ao líder do PSD que o projeto do TGV é um assunto a tratar em breve, estando apenas à espera que a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) conclua o trabalho técnico sobre a viabilidade jurídica e financeira do projeto. O novo líder do PS que sair das eleições de 15 de dezembro também será chamado à mesa de conversas.
Se houver luz verde de Luís Montenegro e do novo líder socialista, então o concurso avança em janeiro como estava previsto, com a vantagem de, cumprindo o prazo, o projeto ganhar “maturidade” e, com isso, fortalecer a candidatura aos fundos europeus (ao abrigo do Connecting Europe Facility). Se houver resistências da parte do líder da oposição, então o trabalho técnico fica feito “para o novo Governo dar seguimento”, nota uma fonte governativa ao Expresso, desvalorizando, por um lado, os riscos políticos de o Governo de gestão aparecer no photo finish a aprovar projetos de dimensão estrutural e com enorme impacto financeiro (à semelhança do que fez o Governo de 11 dias de Passos Coelho com a privatização da TAP), mas por outro pressionando a um entendimento para que Portugal não perca o acesso ao dinheiro europeu.
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