Até aqui, dependia praticamente apenas de Mário Centeno a decisão de poder ver renovado, em 2025, o seu segundo mandato como governador do Banco de Portugal. A escolha cabe sempre ao Governo, mas era a sua vontade que o definiria — conforme gerisse as ambições políticas que Centeno pudesse vir a ter, nomeadamente na Presidência da República, em 2026. À Bloomberg, Centeno disse, esta quinta-feira, que não tem, “de todo”, ambições políticas.
Mas essa autonomia é, agora, colocada em causa com a marcação de eleições. Mesmo que Centeno quisesse a renovação, um Governo à direita dificilmente teria condições para reconduzi-lo no cargo, depois de Joaquim Miranda Sarmento, líder parlamentar, ter falado da “falta de independência que o governador do Banco de Portugal tem”.